21.5.07

14

Naquela noite ela decidiu sair, embora a amiga do costume não pudesse.Foi com a irmã mais velha e com as amigas dela na esperança de encontrar alguém conhecido. Não encontrou. À medida que a irmã e companhia se animavam, para ela a noite estava cada vez mais aborrecida.

Encostada a um canto, e farta de criticar a música, decidiu criticar as pessoas. Impressionante as personagens que se encontram em lugares assim... Ao fundo mesmo à sua frente estava um grupo parvo de rapazes, o típico...entre eles destacava-se um que encaixava muito bem nas suas exigências habituais. Olhou fixamente para ele mas ele nem reparava, então desistiu e continuou a olhar em volta e a desejar que a irmã se cansasse depressa.

Passaram duas horas. Quatro da manhã e parece que os shots tornaram a adrenalina da irmã inesgotável e embora pudesse ir para casa sozinha, não lhe apetecia caminhar tanto àquela hora.

A arrastar-se de canto em canto, acaba por pisar alguém e desculpa-se num misto de atrapalhação e tédio mas quando se preparava para continuar reparou que O tinha pisado, a ele... e a postura mudou, claro.

Ela disse um olá com um sorriso rasgado... "está muita gente, desculpa..."
quando na verdade já não estava quase ninguém. Ele respondeu : "olá" e beijou-a. Um beijo delicioso, a saber a tabaco e a álcool mas ainda assim cativante. Depois... depois a irmã chamou-a, estava farta e queria ir para casa mas ela decidiu ficar, iria ter a casa sozinha.

Na cabeça dela passaram 5 minutos até acenderem as luzes e pararem a musica o tempo suficiente para se aperceber do absurdo da situação, na verdade era demasiado tarde.

Voltou para casa a resmungar sozinha, como é que tinha dado o número de telefone àquele rapaz de nome estranho, que nem o nome dela quis saber... que parvoíce!!

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Como é que entretanto se passou tanto tempo?...

ele mandou mensagem, ela respondeu, combinaram-se cafés, que demoraram a acontecer aumentando a expectativa, ela estava sozinha e ele era divertido.

Ela descobria cada vez mais como ele era interessante para além de giro e acabou por se apaixonar.

Primeiro languidamente depois possessivamente e para já naturalmente...

O tempo chegou a passar depressa demais mas deixou de fazer sentido porque oscila entre o rápido que passa no presente e o lento que parece no passado em que a partilha de parvoíces o prolongam ou encurtam consoante as necessidades e os caprichos, estes cada vez mais ausentes.


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